Definir as tendências do marketing digital para um ano, exclusivamente, é um desafio muito complexo. As movimentações do mercado e a própria relação dos clientes com as marcas nos ambientes digitais se estendem por muito tempo.
Por isso, o professor Marcelo Teixeira, do curso de Marketing Digital da Plataforma Solution, apresentou as principais tendências sobre o assunto com uma visão de longo prazo, em um webinar gratuito. “A transformação digital das empresas por conta do marketing digital deve ocorrer com maior ênfase nos próximos 10 anos”, detalha.
O consumidor digital
Para iniciar o assunto, o professor citou a pesquisa da We Are Social com os principais indicadores de conectividade de presença em redes sociais, mostrando um provável período de estabilização do número de conexões e número de usuários ativos nas redes sociais.
No Brasil, os números de 2020 permaneceram semelhantes aos de 2019: 71% da população conectada e 66% das pessoas com presença ativa em, pelo menos, uma rede social.
O ponto de atenção está nos novos usuários: no último ano, são 11 milhões de novos conectados. “Mas se a porcentagem se manteve igual, então significa que esse mesmo número deixou de estar conectado. Precisamos entender os fatores que podem ter levado a essa saída: crise financeira (o cadastro nas redes sociais é gratuito, mas a conexão não é), uma parcela de população que faleceu e pessoas que realmente abandonaram as redes”, analisa.
Para o marketing digital, é preciso entender que alguns usuários deixam de lado as conexões quando sentem que elas estão se tornando prejudiciais. Esse fenômeno é chamado digital detox e deve estar no radar das marcas que usam essas conexões para manter o relacionamento com o cliente.
Em algumas situações, o perfil pode continuar existindo, mas o usuário estar inativo. E esse dado não conseguimos mensurar pelas estatísticas. “Daí a importância de aprimorar o monitoramento para avaliar se existe perda de interação”, comenta.
Além de investir em softwares para esse monitoramento, uma das tendências do marketing digital é a formação de pessoas capacitadas a interpretarem e analisarem esses dados.
E-commerce
Para o e-commerce, Teixeira destaca um avanço bastante simples: somente 30% dos brasileiros realiza compras no comércio eletrônico. A justificativa é que as pessoas buscam conhecer o produto online, mas acabam deixando para adquiri-lo na loja física. Por isso a tendência desse tipo de venda é integrar a gestão entre o virtual e o físico.
Tempo online
A pesquisa ainda mostrou que o brasileiro continua usando as tecnologias digitais em um tempo acima da média diária global. São quase três horas a mais. Quando o assunto é tempo de uso em tecnologias móveis, especificamente, nós gastamos cerca de quatro horas e 41 minutos, enquanto a média mundial é de três horas e 22 minutos.
Mesmo altos, esses números estão menores do que no ano passado. “Talvez seja uma tendência que está começando a se desenhar. Será que as pessoas vão utilizar menos as redes sociais?”, questiona o professor.
Ambientes digitais
Em termos de usuários cadastrados, o Facebook continua sendo a rede preferencial do brasileiro. Mas existe uma percepção de que a quantidade de usuários ativos esteja diminuindo. A partir disso, a expectativa é que a plataforma apresente algum tipo de estratégia para reverter essa situação.
A possibilidade é a integração, em uma plataforma única, entre os três grandes nomes: Facebook, Instagram e Whatsapp. Esse cenário facilitaria a vida do consumidor, que encontraria a três experiências em um único ambiente, mas seria um desafio para as marcas que estão acostumadas com três ambientes distintos.
O Instagram, por sua vez, está chegando ao número de usuários cadastrados do Facebook, mas a percepção é que ele é mais ativado, especialmente nos stories.
Já o Twitter deve ganhar grande importância com as eleições deste ano, já que os eleitores buscam informações na rede. “Para algumas marcas, vale a pena incluir estratégias na plataforma, sobretudo no segundo semestre”, comenta Teixeira.
O Youtube não deve apresentar grandes mudanças, enquanto o Linkedin é uma rede que preenche a lacuna B2B (empresa para empresa), já que essas relações ficavam marginalizadas do marketing digital, que é muito voltado para B2C (empresa para consumidor).
Para o professor, vale ficar de olho no Pinterest, que utiliza a propaganda de forma muito menos invasiva. O Telegram ainda tem participação restrita a determinados grupos, mas o Whatsapp continua importante para as estratégias das empresas.
E o TikTok? “Essa rede mostra que os consumidores ainda buscam entretenimento, com linguagem simples, em menos de 30 segundos. As pessoas querem dar risada em 15 segundos, porque a vida já é difícil demais”, destaca. No mundo, o TikTok alcançou 1 bilhão de usuários em dois anos. O Facebook levou oito anos para alcançar esse número e o Whatsapp demorou sete anos. “O desafio é entender que tipo de recado eu, como marca, posso passar em 15 segundos”, provoca.
Estratégias de marketing digital
Para concluir, o professor definiu três estratégias de marketing digital para as empresas aplicarem e investirem ainda este ano.
- Marketing de conteúdo: define o comportamento do consumidor, já que impacta nas análises para a própria marca e na educação dos algoritmos. Impulsionar é legal, desde que o algoritmo não esteja desalinhado.
- Publicidade: tende a ser menos invasiva, especialmente com LGPD. As marcas precisarão investir em bancos de dados mais qualificados, para mostrar ao usuário onde os dados disponibilizados serão utilizados.
- E-commerce: a ideia é reter o consumidor de forma mais consistente, com integração (omnichannel) e experiência do usuário.
Você já está aplicando as tendências do marketing digital no seu negócio? Conte para a gente!
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