O conceito da procrastinação é conhecido e definido pelo adiamento de atividades importantes que, por consequência, geram estresse, culpa e baixa produtividade nos “praticantes”. E se isso já é bem ruim, imagine que ainda existe o ciclo da procrastinação, que apresenta efeitos ainda mais negativos.
Os motivos para procrastinarmos são amplos, mas geralmente estão relacionados com o cansaço, sobrecarga, estresse, preguiça ou falta de motivação. E ao deixar de agir diante de uma situação importante, podemos sofrer pelo esquecimento instantâneo ou arrependimento em curto prazo.
Não é muito difícil entender as situações em que a procrastinação acontece, pois elas aparecem com justificativa para atrasos baseadas na preguiça ou falta de tempo. Priorizar tarefas satisfatórias e deixar as necessárias para depois, não saber se organizar ou tentar ser perfeccionista demais também são sinais de alerta para esse hábito.
Ao esbarrar com uma dessas situações dentro da rotina, vale a pena pensar em mudar os comportamentos que costumam estender o ciclo da procrastinação. Antes de tudo, porém, é importante saber identificá-los e criar ações de fuga.
Efeito dominó
Quem nunca empurrou com a barriga compromissos, tarefas e objetivos que atire a primeira pedra. Até mesmo coisas que poderiam ser resolvidas em poucos minutos, mas que de alguma forma foram ignoradas, são capazes de criar um hábito de procrastinação.
É claro que não há problema algum em procrastinar, desde que isso seja feito poucas vezes. O verdadeiro mal acontece quando a atitude é adotada repetidamente e começa a impactar de forma negativa na qualidade de vida.
Desse ponto para frente, quase todas as áreas são afetadas, desde o núcleo pessoal, passando para o familiar, social e profissional. Procrastinar pode ser até viciante, já que é uma solução aparentemente prática para muitos problemas.
A longo prazo, o ciclo da procrastinação deixa de ser inofensivo e acaba com objetivos. Antes que se perceba, a produtividade deixa de existir e as responsabilidades aparentam ser cada vez mais angustiantes.
Identificando os vilões
Como já sabemos, o ciclo da procrastinação começa com vários estímulos. Antes de contorná-los, é preciso entender cada um deles:
Solução rápida: alcançar bons resultados com mínimo esforço é praticamente impossível. Nessa situação, sempre desejamos que alguém ou algo apareça para resolver um problema com soluções mágicas.
Medo do fracasso: procrastinar gera uma falsa sensação de conforto e competência. Mas a vida exige confrontos com a realidade, o que significa aceitar desafios.
Perfeição exagerada: ser perfeccionista demais é sim um defeito, pois acabamos gerando preocupações excessivas com apenas uma tarefa, que é trabalhada e retrabalhada até se tornar mais importante que qualquer outra.
Vulnerabilidade: superar obstáculos e resistir à pressão em situações adversas, sem perder o controle emocional, é capaz de manter a firmeza nos propósitos. Do contrário, o foco e atenção no que não é importante gera sofrimento.
Transtornos emocionais: estar em dia e bem com a saúde mental também é um grande diferencial. Algumas psicopatologias, como depressão e ansiedade, acabam tornando a procrastinação algo enraizado na vida de muitas pessoas.
Planos de ação
Quebrar o ciclo da procrastinação e aumentar a produtividade exige um intenso trabalho nas ações de combate, para que elas virem hábitos. Duas delas são a presença e o modelo mental.
A presença está relacionada com responsabilidade, portanto ela determina que, diante de uma atividade em que nos comprometemos a fazer, devemos efetivamente trabalhar nela naquele momento, antes que a atenção seja desviada para qualquer outra coisa.
Quando percebemos que existe um desvio da concentração para coisas insignificantes, é indispensável parar e avaliar se a escolha é certa ou se a fuga da tarefa importante não vai ser um problema no futuro.
No modelo mental, precisamos deixar de justificar o hábito da procrastinação sempre com a mesma fala. Em vez de se aceitar como alguém que procrastina, o melhor seria limitar a procrastinação a apenas uma situação.
Se assumir como uma pessoa que funciona sob pressão ou que tem dificuldade em terminar tarefas e respeitar prazos também não deve ser um estilo de vida. Aceitar essa condição não ajuda a identificar se a procrastinação acontece em uma tarefa ou se já virou uma dificuldade constante.
Recordando
Após entender e montar planos de ação, ainda assim haverá momentos em que o ciclo da procrastinação mostrará as caras. E está tudo bem. Mas ter em mente os seguintes tópicos vai encurtar as chances para que ele aconteça ou, em alguns casos, permaneça.
Prazos: diminuir o tempo disponível traz senso de urgência, portanto, distribua os prazos em tarefas menores que possam ser feitas mais rápido;
Rigor: determine um limite para começar e terminar as tarefas com urgência alta e siga com rigor esse plano;
Organização: ter um calendário visível e com uma listagem das tarefas que estão interligadas trará noção sobre atrasos e o quanto eles podem impactar um projeto;
Desafios: criar desafios pessoais e realmente cumpri-los traz sensação de recompensa. Comece com algo simples e sempre aumente a dificuldade;
Foco: controle o ambiente para facilitar a concentração, deixando distrações longe da sua área de trabalho;
Compartilhar: tenha pessoas com o mesmo objetivo por perto e compartilhe sua evolução com elas para se manter motivado;
Recompensas: cada etapa concluída merece uma comemoração para sustentar a motivação e dar significado à rotina;
Refletir: os efeitos de passar cada obstáculo são positivos para a sua vida? Reflita para entender se vale a pena seguir em frente ou se o objetivo não faz mais sentido.
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