A produtividade na agricultura, assim como em outros mercados, pode enfrentar problemas gerados por clima, pragas e baixa produção. Esses fatores levam ao questionamento do produtor rural de como elevar seu cultivo e melhorar a produtividade sem que seja necessário aumentar a área de plantio.
Uma alternativa está na aplicação de tecnologias que a cada dia estão mais evoluídas e presentes na rotina rural, facilitando a gestão do produtor e o trabalho mecânico dos colaboradores.
Aproveitamento da tecnologia
Atualmente, a aplicação de tecnologias para melhorar a produtividade na agricultura é feita de várias formas. Algumas das mais comuns e já conhecidas são os drones e Big Data, que, junto a ferramentas pensadas para aprimorar o uso de dados, auxiliam na tomada de decisões essenciais para chegar a um produto de lavoura melhor.
Os drones, por exemplo, já são usados para avaliar a área de plantio e detectar possíveis infestações ou pragas generalizadas. Com os resultados, o produtor pode fazer uma pulverização localizada ao invés de atingir toda a plantação.
“Isso nos dá exemplo de como o conhecimento tecnológico pode reduzir o uso de insumos e tornar mais eficiente aquele utilizado. A tecnologia hoje, eu diria, se tornou um novo pilar para destravar e melhorar a produtividade em vários aspectos”, explica o professor do curso Gestão de Custos no Mercado de Grãos da plataforma Solution, Haroldo Torres.
Os pilares da produção
Antes mesmo da tecnologia, o professor pontua outros três pilares essenciais para a viabilidade de uma plantação. São eles o clima, o solo e a gestão de manejo feita para a propriedade. “Acredito que, em grande medida, os dois primeiros fatores têm um efeito muito forte e são de causas externas, em que o produtor possui pouco controle”, conta.
Quanto à gestão de manejo, Torres aponta a atividade como de maior importância para o produtor, já que ela ocupa mais tempo na tarefa do plantio. Dentro da área, seja em termos de gestão e técnicos, ele considera importante avaliar que hoje não existe somente um tipo de manejo agronômico correto para se fazer as melhores práticas agrícolas.
“Dado que o ambiente é competitivo, também se torna importante focar um olhar para os insumos modernos e para as práticas eficientes da aplicação deles, já que a tecnologia, apesar de melhorar a produtividade, não pode ser vista como uma solução definitiva e fácil”, explica.
Necessidade de adaptação
Torres aconselha que ao se olhar para a tecnologia é imperativo lembrar que existem diferentes níveis de agricultores e culturas. “Hoje eu não vejo o produtor como avesso à tecnologia, mas ele precisa fazer uma lição de casa muito maior para saber usá-la na plantação”, explica.
Um exemplo está no uso de IoT (Internet das Coisas) e Big Data que, apesar de serem grandes impulsos para melhorar a produtividade, sozinhos ou sem conhecimento técnico se tornam apenas ferramentas complexas e onerosas. “Não adianta investir em inteligências sem antes ter o básico de um sistema de controle e gestão de dados”, afirma.
Como exemplo, o professor cita o avanço de uma colhedora, que possui níveis de tecnologias sofisticados desde um computador de bordo com informação de produtividade, velocidade e consumo de combustível em tempo real.
“Já não vivemos a agricultura de precisão, mas sim a da informação. Muitas vezes o produtor tem esse conjunto de informações e não sabe como analisar ou por onde começar. Embora a gente viva essa realidade, e olhando até para o uso e adoção da tecnologia para melhorar a produtividade, eu diria que antes é importante construir muito bem uma base lógica para a gestão da propriedade”, lembra.
Mão de obra capacitada
Ao implementar a tecnologia como auxiliar na melhora da produtividade, o professor reforça que a mão de obra para o campo deve ser capacitada para lidar com as ferramentas. “Pensando no operador de um instrumento com computador é necessário que ele saiba lidar mais com a máquina do que com o trabalho ardiloso que era feito sem ela antes”, exemplifica.
Não somente o operacional como o setor de manutenção devem ser capacitados e confirmar habilidades técnicas para a prática do plantio. Como a manutenção de aparelhos delicados evolui, Torres lembra que investir em engenheiros mecatrônicos para evitar entraves técnicos, por exemplo, também pode melhorar todos os processos da produção. “As tecnologias realmente são métodos acessórios quando você de fato faz o trabalho básico muito bem e com os procedimentos já conhecidos”, explica.
Redução de impactos
A introdução de tecnologia no campo não serviu apenas para melhorar a produtividade. O uso foi atrelado também a redução de impactos ambientais como forma de garantir longevidade à produção e ainda estabelecer uma relação de respeito aos recursos naturais.
“Se olharmos para a irrigação como exemplo, muita gente fazia sem pensar na essência dela. Qual é o melhor momento para se irrigar, como deve ser feito e quando se fazer? Temos uma startup que pensou nisso e, simplificando muito, trouxe um sensor de solo para detectar níveis de umidade e saber o momento certo de liberar a água”, conta.
Em retorno ao uso consciente de recursos, como o citado pelo professor, o produtor reduz não somente o impacto ambiental, como também otimiza os custos gerados durante uma produção que vai demandar água, energia, combustível de bombas de irrigação, entre outros.
“Essa é a ideia, ter a tecnologia a favor do uso eficiente de insumos e de forma cada vez mais efetiva do que meramente usar por usar. Ela colabora para os desafios de sustentabilidade no campo, no desenvolvimento do agro sustentável do setor e para melhorar a produtividade”, finaliza Torres.
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