O mundo da educação é bem íntimo das provas, sendo elas uma forma de medir e atestar o aprendizado. No entanto, as aulas online e a possibilidade de o ensino híbrido se tornar mais comum fez com que diversos educadores sentissem a dificuldade de aplicar esse tipo de teste a distância. Uma solução para isso vem da avaliação por rubricas.
Mas as rubricas citadas aqui não são as mesmas usadas para abreviar assinaturas. Neste caso, elas classificam um produto ou comportamento, como redações, trabalhos de pesquisa, apresentações orais e atividades, para gerar feedback formativo, notas e avaliação do programa escolar.
Para muitos professores do ensino regular, essa ferramenta pode suprir lacunas e agilizar métodos avaliativos, seja no ensino presencial ou online. Mas é preciso entender que na classificação de avaliações gerais, existem três pilares: avaliação diagnóstica, avaliação somativa e avaliação formativa.
“As rubricas não entram em nenhum desses modelos, mas tornam seu processo mais transparente para quem quer avaliar, além de servir como norte para os alunos entenderem os objetivos daquele teste”, explica Sergio Daniel Ferreira, professor do curso de Avaliação por Rubricas, da Plataforma Solution.
Segundo ele, as rubricas também podem diminuir o ruído de comunicação entre professor e aluno, deixando claro todos os pontos que um lado deve esperar do outro.
Origens e uso
Criadas pelo mundo corporativo, as rubricas por muito tempo foram utilizadas para avaliar um produto, atividades ou o desempenho de equipes. Aos poucos, elas foram incorporadas na educação, oferecendo o que é chamado de grade de correção para verificação de grandes quantidades de provas e redações do Enem, por exemplo.
Ferreira relaciona uma grade a uma estimativa do quanto vale cada etapa que precisa ser atingida pelos estudantes. Então, a avaliação por rubricas permite que o professor construa parâmetros que esclarecem o objetivo da prova.
“A construção desses parâmetros pode envolver ou não a participação dos estudantes, porque eles ficam mais por dentro do que será exigido para alcançar uma nota”, acrescenta.
Mas vale lembrar que as rubricas são apenas ferramentas e não uma avaliação em si. Portanto, elas trazem alguns elementos que podem ajudar o professor a ter melhorias no processo de avaliação dos alunos
Metodologias aperfeiçoadas
As melhorias em processos, conforme exemplifica Ferreira, começam quando o professor consegue conceber claramente algumas metas enquanto constrói suas rubricas.
“Ele vai saber quais pontos da aprendizagem deseja atingir com seus alunos. Isso feito, o educador passa a construir categorias de níveis de proficiência que o aluno vai entregar ao longo da avaliação.”
Ao chegar no ponto que precisava alcançar, o aluno deixa um tipo de percurso que ajuda a mapear o seu desempenho e direcionar os novos patamares que suas aptidões poderão atingir. Ele parte para outros desafios.
“Esses patamares podem ser construídos de forma crescente ou decrescente. É interessante pensar nisso partindo do princípio de que todo mundo pode atingir o nível máximo de nota. Então, quanto menos o aluno entrega, menos nota ele vai receber”, completa o professor.
Ferreira lembra ainda que a avaliação por rubricas traz a ideia de que notas também podem ser abolidas, uma vez que o educador tem espaço para trabalhar com um conceito e direcionar a entrega dos estudantes sem precisar esse tipo de escala em avaliações.
Por que agora?
Tanto pelos efeitos que vão permanecer no ensino após a pandemia quanto pela adesão aos avanços da tecnologia, muito do que se vê nas escolas passará pelo processo de digitalização.
Além de evitar ruídos de comunicação típicos desse canal, a avaliação por rubricas, apesar de demandar um tempo na construção, agiliza o feedback do professor para a classe depois de pronta e evita a falta de preparo do aluno entre uma avaliação e outra.
“Pensando no agora, em que se fala muito sobre ensino híbrido ou o próprio ensino a distância, as rubricas diminuem muito o tempo de correção das atividades. Assim, o docente garante uma adesão às atividades por conta dessa agilidade e gera engajamento do estudante por mostrar o que é exigido dele e em quais categorias”, afirma Ferreira.
Sendo altamente recomendada para professor, a ferramenta também é interessante para gestores, coordenadores e orientadores pedagógicos, que podem ser dos mais diversos tipos de formação, de pedagogos a psicólogos.
“Isso porque as rubricas servem não só para avaliações tradicionais como também permitem medir as habilidades socioemocionais, como pensamento crítico e criatividade, que estão em alta no mercado e ninguém sabe como mensurar. Posso saber se uma criança ou adolescente desenvolveu certas habilidades a partir das rubricas”, ressalta o professor.
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