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Por que é importante falar sobre criatividade?

Postado em 17 de dezembro de 2020

4 minutos de leitura

Ana Rízia

Por que é importante falar sobre criatividade?
Por que é importante falar sobre criatividade?

Quando as coisas não vão bem, a criatividade surge como um talento capaz de gerar mudanças. Apesar disso, boa parte das pessoas não se reconhece como criativo e até mesmo reserva o pensamento de que essa habilidade é exclusiva de gênios. 

Aqui no blog nós já desmentimos a crença de que criatividade é para poucos e voltamos a reforçar: os bloqueios culturais, ambientais, sociais e até familiares podem diminuir o potencial criativo. No entanto ele existe e só precisa de um incentivo para funcionar.

E por que andam falando tanto sobre criatividade?

Fátima Jinnyat, professora do curso de Criatividade da Plataforma Solution, responde ao questionamento com um levantamento feito pelo Fórum Econômico Mundial, em que essa habilidade está entre as dez previstas para os profissionais em 2020 – e, provavelmente, também para os próximos anos.

“Nenhuma dessas habilidades são técnicas, mas sim objetivas. A criatividade aparece em terceiro lugar, mas está ligada com as outras habilidades por servir como uma capacidade de gerar ideias originais e resolver problemas.”

No total, as novas habilidades são:

  1. Resolução de problemas complexos
  2. Pensamento crítico
  3. Criatividade
  4. Gestão de pessoas
  5. Coordenação
  6. Inteligência emocional
  7. Capacidade de julgamento e tomada de decisões
  8. Orientação para o servir
  9. Negociação
  10. Flexibilidade cognitiva

Saída para momentos difíceis

Quem está por dentro dos talentos do Fórum Econômico Mundial sabe que eles são fundamentais para lidarmos com contextos de profundas transformações. A criatividade, inclusive, é responsável por nos tirar de momentos de impasses.

Mas não só na realidade de 2020 essa observação se encaixa.

Como previsto pelo autor do livro Ócio Criativo, Domenico de Masi, a tecnologia teria capacidade de fazer não só o trabalho físico, mas também o mental. Portanto, resta às pessoas o trabalho de criar, e o papel do trabalhador do futuro é justamente fazer isso para gerar coisas novas ou até mesmo resolver problemas de formas inusitadas.

“A gente volta a resgatar a criatividade como um talento inegável para contextos transformadores, como esse que estamos vivendo. Por isso, é bom pensar na criatividade como uma capacidade de dar origens a coisas novas e valiosas ou, até mesmo, encontrar soluções melhores para problemas, inclusive os complexos”, comenta Fátima

Gatilhos do processo criativo

O primeiro empurrão para ser criativo é sentir incômodo. Segundo Fátima, as pessoas que se incomodam com algo começam a prestar mais atenção em como se sentem e em como enxergam o problema.

Depois disso, uma visão investigativa do todo dá entrada para uma série de dados que serão associados a hipóteses. Parece complicado? Na verdade, é um exercício bem simples, que requer atenção e insistência, porque só assim é possível saber o que pode ou não dar certo, baseado em informações passadas.

A professora também reforça que a partir daí teremos ideias e que não precisam ser perfeitas e infalíveis, pois servem de incentivo para a fase “AHA!”.

Essa fase é uma sacada que surge espontaneamente (movida pelas várias ideias) e que traz a percepção de relação entre coisas diferentes. É tão ligada ao termo “eureca” que pode acontecer em estado de relaxamento total ou até mesmo sob tensão.

Por fim, a conclusão do processo criativo acontece quando se dá forma à ideia ou solução, junto com uma análise de viabilidade e um olhar para os impactos nos outros.

Espírito de serendípite

Atenção, pois não estamos inventando palavras. O significado para esse termo é, na verdade, a curiosidade e o olhar de uma criança. Fátima adiciona que o espírito serendípite também é se perguntar “por quê?”, com o verdadeiro desejo de entender por que as coisas são como são.

“A vontade de viver como vivemos atualmente ‘matou’ a criança que existe dentro de nós. Um fato que deve incomodar é o quanto as pessoas estão paradas, esperando que alguém venha e diga como vai ser o tal novo normal, mas confesso que eu mesma não sei mais o que é normal, quem dirá o que é novo”, relata.

Apesar dessa reflexão, ela lembra que soluções podem estar em coisas simples, não em novidades estrondosas. No entanto, boa parte das pessoas sempre opta pelo caminho mais curto, que geralmente gera frustrações.

Para a professora, as culturas das empresas também aderem a quantidade no lugar da qualidade, com pessoas precisando mostrar mais agilidade do que boas ideias. Por isso, para ir atrás de inovação, deve-se pensar fora dos modelos automáticos e fugir dos caminhos curtos, baratos e fáceis.

4 personagens da criatividade

Existe uma metáfora usada para identificar as etapas que refletem a criatividade. Fátima explica um pouco melhor sobre cada personagem desse processo:

Explorador: age como uma criança e deixa a curiosidade transitar livre. Não se atém a críticas e faz questão de explorar para encontrar materiais que podem ser combinados pelo artista.

Artista: monta sua obra com todo tipo de material, sem se prender ao perfeito. Cria coisas diferentes combinando elementos, formas, materiais entre outros. Nem o artista nem o explorador tem foco em resultado, mas sim na descoberta, sem a preocupação de criar algo para serem reconhecidos.

Juiz: é do bem, não critica para derrubar a ideia do artista ou do explorador. É mais analítico do que crítico, pois deseja esclarecer o que é viável no momento. O juiz sempre motiva o artista a continuar.

Guerreiro: alavanca a materialização daquilo que o juiz decidiu que vale a pena lutar. Busca por apoiadores, recursos e formas de viabilizar a ideia.

Uma pessoa criativa anda com seus personagens nessa ordem, acionando primeiro a imaginação para depois colocar a razão em sintonia.

“A racionalidade vai concretizar aquilo que a subjetividade gerou. Então os criativos não são diferentes dos racionais, na verdade as duas partes devem existir em cada pessoa, ou equipes, para gerar coisas sólidas a partir de visões que se completam”, finaliza Fátima.

Quer saber mais truques para ativar a sua criatividade? Confira algumas dicas da professora aqui.

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O Pecege é uma organização que nasceu com o objetivo de democratizar o conhecimento para contribuir com o desenvolvimento econômico, social e cultural. Entre suas iniciativas educacionais estão a Faculdade Pecege e a Plataforma Solution, que foi criada em 2018 com o objetivo de oferecer conhecimento aplicável às demandas do mercado atual e rápido o suficiente para capacitar profissionais em diversas áreas do conhecimento. Em parceria com a Fealq (Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz), o Pecege também realiza os MBAs USP/Esalq, a pós-graduação online com certificação USP.

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