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Negócios

Por que internacionalizar a empresa é bom para o microempreendedor?

  • Autor:Ana Rízia Caldeira Dos Santos

  • Publicado em 17 Dez 2020

  • 3 minutos de leitura

De cada 10 empresas brasileiras, 9 são micro ou pequenas, segundo dados do Sebrae. A maioria tem operação voltada ao mercado nacional, mas internacionalizar as operações pode ser uma grande oportunidade de negócios. É possível ganhar mais mercado e, com isso, ampliar produção e também ter melhores resultados.

“A internacionalização é a única solução para sairmos de taxas pequenas de crescimento”, afirma o professor José Manuel Baptista Meireles de Sousa.

Ele pondera que a maioria dos empreendedores pensam nas dificuldades da internacionalização dos negócios e na burocracia, deixando de lado as oportunidades viabilizadas por essas operações.

Mais qualificado

Chegar ao mercado internacional pode até não ser tão simples quanto vender para o mercado doméstico, mas há seus compensadores. Segundo Meireles, o mercado externo é mais estável que o nacional e permite que o empreendedor trabalhe com um produto até mais qualificado. Neste sentido, há muito potencial para os produtos brasileiros, até porque não só de preços baixos vive o mercado internacional.

“É inevitável haver competição de preços e muitas vezes a empresa esbarra em questões de inovação, mas as pessoas acabam confundindo a questão de preços. A China tem uma imagem de que vende barato, mas nós temos produtos qualificados, é uma outra situação, e precisamos aproveitar isso”, diz.

Mais potencial

Todos – ou praticamente todos – os produtos têm possibilidade de ser exportados, afirma Meireles. Entre eles, três setores têm muito potencial para se destacar externamente, segundo o professor: frutas, calçados e vestuário.

“O Brasil é o segundo maior produtor de calçados do mundo e, entretanto, exporta pouquíssimo. Portugal exporta muito mais calçados que o Brasil. Vestuário é outro setor que ainda é pouco explorado e não impacta como deveria.”

Estratégias

Internacionalizar uma empresa envolve compreender os processos, instrumentos e ferramentas, cita Meireles. O professor comenta que as estratégias para o mercado internacional são diferenciadas, pois requerem mais tempo envolvido dentro do trabalho de estudo de mercado. “Mas ao mesmo tempo, os empresários têm muito mais vantagens. Eles não têm que se preocupar tanto ou pelo menos da mesma forma como se preocupam no mercado interno, por exemplo, com relação à inadimplência.”

Para Sousa, a burocracia não pode ser vista como entrave para a internacionalização das operações. “O Brasil é um país burocrático, mas todos os países são, em maior ou menor grau. O câmbio, a logística, podem até ser problemas, mas também são para todos. Para o brasileiro o problema é a falta de cultura de internacionalidade”, afirma.

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