Marshall Goldsmith, coach americano que já orientou mais de 150 presidentes de importantes organizações, preconiza que para aprimorar as competências dos funcionários, as empresas deveriam utilizar uma importante ferramenta de gestão chamada Feedforward, que em sua visão pode trazer benefícios relevantes – alguns até mais efetivos do que os proporcionados pelo Feedback. São eles:
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Ajuda as pessoas a se concentrarem e a batalharem por um futuro positivo, evitando dar foco ao passado, cujos resultados podem não ter sido como o planejado. Para Goldsmith, o Feedback visa avaliar comportamentos e atitudes do passado, já o Feedforward visa aprimorar uma competência que de fato a pessoa acredita ser importante para sua vida no futuro.
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Dificilmente as pessoas levam o Feedforward para o lado pessoal, pois não envolve qualquer crítica ou percepção do outro. Na verdade, são conselhos claros e objetivos, diferentes de alguns Feedbacks que, se forem mal-empregados, se tornam “ataques pessoais”.
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O Feedforward estimula e reforça possibilidades de mudança, pois são as próprias pessoas que, em um processo de autoconhecimento, identificam pontos que precisam aprimorar para terem resultados mais promissores. Ao comparar com o Feedback, Goldsmith indica que este pode reforçar um sentimento de fracasso, sobretudo se for feito de maneira inadequada.
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As pessoas costumam escutar o Feedforward de forma mais positiva e não reativa. Por ser algo que de fato elas precisam, ficam concentradas em escutar o que o outro está dizendo e não em formular respostas para se defender – como acontece em algumas conversas de Feedback em que a pessoa acaba se tornando muito reativa perante as críticas que recebe, se estas forem postas de forma ameaçadora.
Como funciona, então, o Feedforward?
Dentro da organização, um gestor ou um profissional da área de RH podem conduzir esta atividade.
Primeiramente, sugere-se reunir os participantes em uma sala – funcionários de diferentes setores. Posteriormente, o condutor estimula os participantes a pensarem sobre um comportamento que eles gostariam de mudar ou habilidade que acreditam ser importante aprimorar ou desenvolver, e que possibilitará que se tornem profissionais ainda mais completos.
Após, cada pessoa é convidada a descrever com clareza o que precisa desenvolver ou aprimorar, como por exemplo: “Eu preciso falar melhor em público”; “Eu preciso administrar melhor o meu tempo”; “Eu tenho que controlar melhor as minhas emoções em momentos de adversidade”.
Vale ressaltar que as pessoas só falarão se estiverem em um ambiente de confiança. Se, em algum momento, os seus pontos de aprimoramento forem utilizados contra elas, nunca mais estarão dispostas a participarem destes encontros.
O próximo passo é pedir Feedforward, isto é, o condutor solicita que um ou mais participantes presentes na sala se manifestem, caso se reconheçam como possuidor daquela competência e possam passar suas experiências vivenciadas, visando ajudar o colega. Por exemplo: “para administrar melhor o meu tempo, eu costumo realizar as atividades mais complexas logo no início do dia, quando me sinto mais produtivo. E não começo uma nova atividade enquanto não termino a outra. Isto tem me ajudado a diminuir a procrastinação”.
A pessoa escuta com atenção e, posteriormente, deve tentar colocar em prática pelo menos uma das sugestões mencionadas, acompanhando sistematicamente seus resultados. Este exercício parece muito simples, mas é bastante eficaz. Ele tem como foco o aprimoramento de competências que contribuirão para o crescimento, sobretudo profissional de uma pessoa, tornando-a mais confiante perante os desafios do futuro.
Interessante notar que muitas empresas hoje, com a pandemia que se instalou no mundo, têm aplicado o Feedforward sem saber que estão aplicando esta ferramenta. Por exemplo, diversas organizações têm se reunido com outras do mesmo ramo de atuação para trocar experiências, com vistas a implementação de práticas já comprovadamente positivas.
Esta é exatamente a ideia do Feedforward, contribuir para o aprimoramento de uma empresa ou de um profissional, a partir da troca de experiências.
Artigo escrito por Denise de Moura, professora da Plataforma Solution responsável pelos nossos cursos Liderança e Líder Coach e Comportamento Organizacional.