Nos últimos anos, foi possível observar uma mudança nas habilidades que são consideradas essenciais para que o colaborador possa desempenhar o seu trabalho de maneira eficiente e eficaz.
Em uma pesquisa feita junto ao RH de 264 empresas brasileiras, foi apontado que 93% deles considera que as soft skills, ou habilidades emocionais, são mais importantes que as hard skills – habilidades técnicas.
Para desenvolver as soft skills, muito se fala em ferramentas que podem ajudar nesta tarefa. Mas, de acordo com a especialista Fátima Jinnyat, docente na Plataforma Solution, MBA USP/Esalq, entre outros, é tempo de mudar, e pensar em “métodos” para lidar com as questões humanas.
“Quando se trata de desenvolvimento humano, a palavra “ferramenta” logo vem à cabeça. No ambiente corporativo, estamos habituados a misturar pessoas com coisas, herança de uma visão mecanicista que olha a organização como máquina”, conta Jinnyat.
A professora destaca que vivemos a sociedade da transformação, do metaverso, da inteligência artificial, mas que talvez, por pela inércia, pelas crenças antigas, ainda se usem ferramentas para transformar pessoas.
Confira a entrevista com Fátima Jinnyat e conheça a visão da especialista sobre as soft skills e como desenvolvê-las na sua equipe.
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Plataforma Solution: Qual a importância das soft skills, ou habilidades emocionais, hoje em dia, e como elas impactam o ambiente de trabalho/clima organizacional?
Jinnyat: Em um mundo imprevisível e incerto, as organizações necessitam cada vez mais de velocidade e criatividade para alterar as rotas e imaginar possibilidades.
A parte lógica e prática do trabalho é gerida por pessoas auxiliadas pela tecnologia, entretanto, existe uma parte subjetiva que cria, resolve problemas, decide, inova e que está diretamente relacionada ao que é próprio do humano.
Uma empresa preparada para seguir em frente em cenários de alta incerteza precisa de equipes que se apoiem mutuamente, dialoguem e compartilhem talentos.
Aprender a relacionar-se consigo mesmo e com os outros, hoje, é uma questão de sobrevivência profissional. Uma inteligência coletiva que dê conta dos desafios atuais só pode ser construída por pessoas que confiam umas nas outras e sobretudo em si mesmas.
Plataforma Solution: Quais sintomas podem indicar falta de inteligência emocional dentro de uma equipe?
Jinnyat: Quando as pessoas sofrem para trabalhar. Quando o trabalho é visto como uma forma de sobrevivência e trabalhamos no piloto automático, para bater a meta.
Empresas que negligenciam a relevância da Inteligência Emocional, perdem também a capacidade de se relacionar com os clientes, construindo vínculos.
O excesso de pragmatismo e a hipervalorização do resultado embotam a percepção da organização, que perde a capacidade de criar cenários favoráveis, fundamentais para sua evolução. Só é possível envolver-se com o futuro, quando se acredita nele.
Plataforma Solution: Existem ferramentas ou dicas que podem auxiliar um líder a desenvolver a inteligência emocional da equipe? Você poderia discorrer sobre algumas?
Jinnyat: Existem métodos de autodesenvolvimento, que consequentemente ajudam a desenvolver a equipe.
Investir no autoconhecimento é competência essencial para posições de liderança e neste sentido, a ajuda de um coach, mentor e até em alguns casos, um terapeuta, contribui para o fortalecimento das habilidades sociais.
Existem testes específicos utilizados pela área de RH que permitem que o profissional tenha uma ideia mais clara de suas forças e vulnerabilidades, perfil comportamental, potencial criativo, etc.
Vale lembrar que o autoconhecimento é um processo contínuo que requer atenção consigo mesmo e disciplina. Não tem mágica!
Plataforma Solution: E dinâmicas de grupo, tem alguma que você indique para este mesmo fim?
Jinnyat: Tenho observado que falta diálogo nas empresas, as reuniões são muitas vezes enfadonhas e excessivas.
Conversamos muito sobre o que é preciso fazer e nunca sobre “como pensamos este fazer”. Como estamos nos sentindo, como estamos imaginando o futuro conjunto?
Um método bastante produtivo envolve criar algo em equipe. Pode ser resolver um desafio, propor uma melhoria em um processo de trabalho, produto. Importante inibir os juízes durante o processo de criação, para que eles não interrompam o fluxo e somente ao final, analisar o resultado da obra.
Uma outra ideia é trazer um tema novo (uma tendência, por exemplo) sobre o mercado em que a empresa atua, propondo um diálogo aberto, abrindo perspectivas… O líder pode se surpreender positivamente em um encontro como esse.
Dica: evite reuniões de lamúrias.
Bônus: Desenvolva a mentalidade protagonista
O líder tem o papel de incentivar o colaborador no desenvolvimento de suas soft skills, mas a iniciativa pelo aprimoramento também pode partir do funcionário, ao enxergar a importância das habilidades emocionais para o seu crescimento profissional.
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Criatividade
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Comunicação não-violenta
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Comportamento Organizacional
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Liderança e Líder Coach
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Fale, a questão é como – em momentos de crise
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Mindfulness: saúde e desempenho profissional
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